quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Testando o texto

O texto. a eterna procura do texto. o quê dizer ? passar por esse mundo e nada dizer ? mas o que dizer ? o texto. a eterna busca do texto. e como dizer ? e porquê dizer ? e que desgraçados raios me impelem a dizer ? o texto. sempre o texto em teste. o eterno remoer do texto. água, terra, fogo, ar, e o texto.

FALECIMENTO DO TEXTO

Está na hora de trocar o texto, propaganda qual ninguém mais suporta.
cuidado! moscas já rondam o texto num zumbido parecendo indagar: - essa coisa não vai mais saír daí? alguém parece ter esquecido algo morto por aqui! isso já está a feder!
Enchamos um pouco de linguiça por aqui, e alí, e parece que estamos a dizer algo: caia fora, mas não cale a boca. é tanto entreter vazio. a estrela ainda brilha mas pode estar até morta.
Num banheiro público, anoto o tema ás escondidas no pedaço de papel higiênico, em meio a vida atribulada qual somente permite coisas fugazes.
vem-me aos ouvidos um som distante de anúncio fúnebre em voz compassada, e forçada:
- noticiamos pesarosamente o falecimento do seu santo texto.
sim, é isso mesmo o que a voz acabou de dizer, não há engano nenhum. morreu mesmo o texto. é preciso urgentemente trocar o texto, mesmo sem ter nada a altura. estrelas morrem, morrem as pessoas e o céu justo delas, morrem sonhos de viver em comum, que dirá o texto.

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