sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O fulano da maconha e a velhinha.

Hoje a tarde fui buscar umas amoxilinas numa dessas farmácias públicas, um serviço q ao menos aqui no Est. SP temos garantido. O único inconveniente é q agora tem fila. Tudo hj, há q pegar uma senha e esperar sentado nas cadeiras. Mas se é de graça, fazer o quê? Enqto esperava, haviam uns 10 na frente, uma das atendentes saiu de seu lugar e muito solícita veio entregar um remédio p/ uma velhinha de bengala q aguardava sentada. Perguntou se ela estava bem, se havia alguém c ela, onde morava... A velhinha disse q estava só, e então a moça disse q iria tentar conseguir um veículo p levá-la. Estava um sol de rachar. Deixou a cargo de um senhor negão q tbém trabalha lá, e esse já foi p a rua interpelar o motorista de uma perua q estava saindo, mas conversaram e nada. Sugeriram-lhe entao ligar num serviço da prefeitura e pedir um carro. Passaram-se uns 10 mints, e qdo já estava na minha vez, o Sr. negão saiu de uma porta e disse: - Tô ligando lá faz tempo e ninguém atende? Ficou um impasse e perguntei: Tem algum problema se eu levar ela? - Eu estava c o carro da mãe, pois eu mesmo n tenho merda nenhuma até hj. - Não! Não há problema nenhum! - responderam. O rapaz aqui então vai levar a senhora, tá? - Gritaram p/ velhinha. Tá, meu fio! - Respondeu ela. Depois de dar meu cartao SUS, a receita, assinar uma das vias e pegar o remédio, disse q ia pegar o carro e encostar ali. Qdo apontei a rua, o Sr. negão já esperava c a velhinha da bengala do lado de fora. O Sr. negão disse a mim q ela morava perto do IBC, e me agradeceu. O IBC era o antigo Instituto Brasileiro do Café. São grandes barracoes as margens da ferrovia, e q viraram ponto de referencia p os mais velhos. Os da minha cidade, Tupã, até hj sao usados, mas p guardar amendoim. Uma rápida olhada no google e encontrei uma referencia p o IBC de P. Prudente. Um puta barracão de mais de 5 mil m², e c o título de “maior vão-livre com sustentação de madeira do Estado”. Passará por restauração. Deve ser uma maravilha p apreciadores de carpintaria antiga, chegar e ficar olhando p cima, examinando a estrutura. http://www.imparcial.com.br/site/instituto-brasileiro-do-cafe-recebera-melhorias Enqto me dirigia p a o endereço da senhora, conversando pouca coisa, redobrei os cuidados, devido já estar traquejado de saber q a natureza é indiferente se vc está fazendo o bem ou o mal, e q nada nos protege, e q portanto a qualquer momento podemos sofrer algum contratempo. Em cidades maiores, há lugares q vc nao pode nem ir se n for acompanhado. Corre-se serio risco se entrar por engano no lugar. O quê? "...mas tu nao serás atingido?" - Ih, pode ser uma gde besteira isso! Além do mais, casos como o da velhinha, se temos tempo, deveriam ser deveres. Sao situaçoes q nos sao apresentadas naturalmente, bastando nos adiantar como voluntarios, pois do contrario podem nos torturar depois. A recompensa talvez já é a de nos sentirmos útil. A omissao se resume naquele velho lamento: Pô, poderia ter ajudado e n ajudei? Mas q merda? Enfim qdo já estava quase chegando a casa, orientado pela senhora, reconheci o quarteirao e disse: Ah, conheço essa rua! eu já vim aqui! É conhece? - Disse a velhinha. Sim, tinha um cara q vendia drogas bem aqui nessa casa! Faz um tempo, ja!- Disse apontando c a cabeça enqto dirigia devagar. Ah, tinha mesmo! - Respondeu ela. - Mudou lá p cima, o danado! O povo por aqui n chamava a polícia p ele? - Perguntei já estacionando 2 casas adiante e deixando a velhinha em sua casa. Q nada! Ninguém aqui denunciava ele, pq ele era bravo... o pessoal tinha medo dele e respeitava! Me despedi da velhinha e fui pensando: Pô, p/ vender drogas, ter fama de mau ajuda então? Eu gostava de ir ali nos meus velhos tempos. O fulano vendia só maconha. O lugar no modo de falar da época era "Limpo", "Sossegado", um lugar tranquilo, nunca vi polícia rodando por ali, e as "paradas" de maconha dele eram bem decentes. Ele era de compleição robusta, tinha um pitbull e atendia pela grade mesmo. Era coisa rápida. Não havia nada dessa coisa de mandar entrar e sentar. Bastava dar um salve, o pitbull já latia, e logo ele apontava a cara lá nos fundos e já perguntava: "Vai de quanto? Depois era só pegar a parangona, olhar p um lado e p outro e sumir no mundo. Tempos bons, hj as emoções tem q ser mais contidas.