quinta-feira, 4 de abril de 2013

perda

Não há nada q se possa dizer para confortar familiares q tenham perdido alguém jovem trágicamente. Considera-se q um jovem de 25, 30 anos, ou até mais, ainda é uma criança, e o combinado é q viveria tranquilo, tendo filhos ou não, até a incômoda velhice. A amiga, costumeiramente dirá à mãe inconsolável: "Deus sabe o q faz... Deus é justo." Porém, intimamente em sua revolta, ela questionará: "Sabe não ! Nada poderia tirar meu filho amado assim !" O natural desejo vingativo humano, seria o de ter uma arma q pudesse matar Deus, e a dor terrível, infelizmente só abranda com o passar do tempo. O pai, o irmão, se não chorarem publicamente, desgraçadamente chorarão aos poucos por aí, às escondidas, trancados no quarto, escritório, e até nos lugares mais improváveis. Por muito tempo recusa-se a ter qualquer alegria em respeito à pessoa querida, e também não se entende a inoportuna alegria alheia. É A ferida se recusa a fechar, e muito tempo depois, poderá se sonhar algumas vezes, q tudo fôra um grande engano. Sim, quem esteve lá enterrado fôra outra pessoa, cacete ! Ele esteve todo esse tempo sumido, escondido de nós, morando numa outra cidade de um outro Estado... E como ele está bem agora ! Olhe que surpresa ! O mesmo bom humor de sempre... mas q danado ! Ah, q alívio ! Foi algo assim q se passou qdo meu irmão se foi c/ 19 anos. Asfixia mecânica por afogamento. Felizmente morte rápida, pois logo se perde os sentidos... nada mais se sente. Não poderia ter visto seu corpo qdo o tiraram das águas depois de desgastantes três dias... não queria ter visto. As cicatrizes nas rótulas... aquelas desgraçadas cicatrizes nas rótulas quais se adquire qdo criança. Eternas cicatrizes de infância de quem muito correu, brincou, fez muita estripulia, caiu e voltou chorando aflito para os pais com medo de morrer por um ferimento bobo... Mas enfim, elas denunciavam ainda mais q meu irmão era ainda uma criança, e aquilo jamais poderia estar acontecendo. Com o tempo volta-se a sorrir novamente, mas não sei se somos mais os mesmos. Algo mudou em nossa inocente forma de ver o mundo. Pessoas indiferentes, quais não conseguem ousar pensar fora dos padrões seculares rígidamente estabelecidos...

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