quinta-feira, 18 de março de 2010

microscópio

Quando tinha 9 anos, brincadeira de amigo-secreto na escola, lembro-me ganhei um microscópio. única vêz que me saí bem em tal brincadeira. devo ter dado uma porcaria qualquer ao colega qual peguei.
o microscópio aumentava 200 vezes, e eu observava nele toda coisa que criança curiosa cisma de investigar: grãos de areia, folhas verdes, insetos, e possivelmente até excrementos. o acaso talvez faria alí um futuro cientista qual devotaria sua vida a pesquisar microorganismos, mas me encantava mesmo era o céu, e alguns livros c/ figuras. troquei o microscópio por um estilingue. definitivamente não era bom em negócios.
Outra diversão era a bola no campinho esburacado e mal localizado. teria de ser muito habilidoso p/ não deixar a bola sair por uma das laterais. a linha de saída de bola era o barranco. muito certeiro tbém para acertar ao menos a direção do pequeno gol. havia uma movimentada rua logo atrás, e um caminhão poderia passar por cima da bola, ou desgraçadamente carregá-la em sua caçamba. o acaso talvez faria alí um bom jogador de futebol, mas eu muitas vezes rolava barranco abaixo tentando não deixar a bola sair, e me lembro ter sido responsabilizado por ter feito a turma toda sair correndo desesperada atrás do caminhão gritando ao motorista que parasse:
- ei, a bola moço! nossa única bola! pare aí!
Restava então os livros, e a perplexidade diante do céu... mas não o céu de Deus, pois este mais tarde os livros terminariam por pulverizá-lo. não existia. foi-me custoso abandonar essa idéia a nós tão cômoda desde a infância...não haveria outra vida... nem tampouco houve vida passada. fôra tudo invenção de outros livros, dos quais, há que se ter cuidado, extrêmo cuidado, pois as pessoas que neles crêem, se sentem muito orgulhosas de tais crenças, tanto que nem querem lá procurar saber de outras observações bem mais sensatas, ignoram-as. por isso, vou indo por aqui, me conformando com as ainda incompletas, mas confiáveis descobertas sobre o espantoso e enigmático céu dos astros. e olhem, já avançamos tanto desde que a igreja teve seus problemas geocêntricos com Galileu e suas teorias copernicanas. Aristarco, Aristarco! admiro-te por desconfiar de tanta coisa em seu pequeno universo! a ciência é humilde, vive aí a duras penas de erros e acertos através das eras. a ciência prefere a treva á uma verdade prévia e arbitráriamente estabelecida. gosto disso.

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