sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cães, Deus&eu

Quando meu primeiro cãozinho morreu, foi também a primeira vez que eu xinguei Deus.
- e o fiz com ódio, sem arrependimentos!
- ora! como pode um todo poderoso, tranquilamente olhando a todos com o rabo assentado lá em cima, (e era assim que eu o imaginava)determinar assim, sem mais nem menos, a morte do cachorrinho que eu gostava!
- briguei feio com Deus! fiquei um bom tempo de mal com ele, pois era para ele aprender a não mexer assim com coisas que se estima.(devo ter mandado ele para aquele lugar...e sabe-se lá para mais onde!)
- nem que você me der um outro cão mais lindo e alegre que aquele, eu não quero! - dizia eu indignado para um surdo Deus.
- o que vou fazer agora sem meu cãozinho para chamar de Lulu?
E devo ter chorado muito escondido pelos cantos, não querendo acreditar que meu cão havia morrido.
- além disso não se permite que cães vão para o céu! de que vale um céu sem cachorro? uma grande merda deve ser esse seu tão falado céu! - lamentava eu, imaginando um céu só de anjos brancos deslizando por sobre as nuvens, sem cães de azinhas. tristemente sem cães de azinhas.
Mais tarde, outros amados cães se foram, e todos foram grandes perdas. aínda tenho hoje esperança de reencontrá-los, em algum lugar inimaginável no universo infantil que só criança concebe, felizes, abanando aqueles risonhos rabinhos sensíveis, franzindo orelhas carentes, e aqueles olhinhos acesos, olhinhos obedientes de cão, carinhos sinceros de cão, que sufocaram tanta falta de calor humano.
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Presente num futuro tão esperado, escatológicos tempos de padres pedófilos, e pastores cada vez mais gananciosos, não espero soberbamente um Messias.

Sim, a religião agoniza. o mundo só faz avançar, a religião agoniza.

foi boa a tentativa, mas essa coisa de perdoar em nós não existe. os antagonismos são benvindos à espécie:

- como perdoar sempre se o ódio sempre em nós permanece?
- o que temos de tão errado

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